Payet é diferenciado em campo! Esta afirmação ninguém contesta, mas a chegada do camisa 10 do Vasco ao Brasil foi cercada de muita expectativa. O tamanho da euforia do torcedor, que lotou o aeroporto do Rio na madrugada, foi o mesmo da demora para que o craque francês entrasse em forma.
Com a bola nos pés, Payet sobra no consumo interno do nosso futebol. O problema é que hoje em dia precisa de um algo a mais para jogar: condição física. E este foi o grande problema do jogador logo de cara, mas superado com profissionalismo de um cara prestes a completar 37 anos.
Payet ficou no banco de reservas em vários jogos, nunca reclamou desta condição, não fez valer o peso do seu nome para impor a condição de titular e preferiu o trabalho para conquistar o espaço. A reta final do Campeonato Brasileiro já indicava que o camisa 10 do Vasco iria sobrar.
O vídeo dele correndo no condomínio, no dia seguinte ao fim da competição, mostrou que o francês iria fazer do ano de 2024 uma temporada bem diferente da sua chegada no futebol brasileiro.
Os primeiros jogos da pré-temporada e a estreia no Campeonato Estadual evidenciam a forma física dele (8kg a menos). Sem este peso, sobram futebol, toque refinado, seja de letra, calcanhar ou três dedos, para Payet mostrar que o talento francês tem um jeito brasileiro.
Por aqui, os grandes são inventivos, dominam o pouco espaço, driblam os gramados ruins, batem os brucutus com talento e a genialidade sempre prevalece em campo. Este é Payet na sua essência, sempre tirando algo diferente de um lance.
Aos 36 anos, ele mostrou para muito garoto mimizento que não gosta de treinar, que a idade só pesa para quem não quer ser profissional. E que não é na primeira dificuldade que um atleta desiste. A conta bancária poderia servir de escudo para ele não precisar mais passar por isso tudo.
Só que o francês é diferenciado também fora de campo. Dono de um equilíbrio mental, fez da vinda dele ao Brasil a última grande cartada da carreira. Por aqui, Payet veio marcar o seu nome, como alguns outros fizeram.
O camisa 10 do Vasco está muito mais para Seedorf do que para Honda. Ele veio jogar e encantar o futebol brasileiro com uma pitada francesa.
Fábio Azevedo | @fabioazevedo
Craque e profissional!
Excelente texto! Payet demonstra, claramente, que os cuidados com a saúde, aliados à perseverança e dedicação, geram frutos prósperos e que encantam a todos.
Parabéns pelas palavras, Fábio!