Antes de tudo, desejo a todos um Feliz Ano Novo, repleto de conquistas e saúde em 2024. Agora, vamos ao tema do momento: a estreia da nova camisa do São Paulo, especialmente feita para a Copa São Paulo de Juniores.
Ao contrário das minhas expectativas expressas em textos anteriores sobre a camisa da New Balance, a protagonista aqui é a marca própria do clube, a SAO. A estratégia adotada pelo SPFC, em parceria com a NB, é intrigante: eles optaram por revelar os uniformes da parceria somente na estreia da equipe principal no Campeonato Paulista, marcada para o dia 20 de janeiro contra o Santo André no Morumbi – e, se Deus permitir, estarei lá.
Essa tática faz todo sentido, uma vez que a expectativa da torcida é elevada nesse momento e é mais vantajoso para todos presenciarem a estreia da equipe principal em vez da equipe de base. Não é a primeira vez que isso acontece; lembramos das trocas de fornecedores, como a transição da Topper para a Reebok em 2006. Na ocasião, os jovens utilizaram um uniforme “tampão”, assinado pela Reebok, e o resultado da camisa foi muito bom. A categoria de base acabou adotando a camisa por um tempo.
Durante a troca da Reebok para a entrada da Penalty em 2013, o São Paulo FC participou novamente da Copinha com um uniforme exclusivo para a competição. Embora assinado pela Penalty, não apresentava nenhum detalhe específico.
Essa situação não se repetiu nas trocas subsequentes, seja da Penalty para a Under Armour ou da UA para a Adidas, pois ambos os contratos foram rescindidos antecipadamente.
O que torna este ano diferente dos anteriores é o fato de que a fabricação desses uniformes agora está nas mãos da marca própria do tricolor paulista. Fundada em 2000, quando o atual presidente Júlio Casares era diretor de marketing, a marca foi resgatada no início de 2023.
A estratégia do São Paulo FC de fortalecer sua loja própria e lançar linhas de produtos exclusivos é uma ideia bastante positiva, representando uma fonte de receita significativa para o clube. No entanto, ao meu ver, a oportunidade de fabricar a própria camisa para uma competição tão querida pelos torcedores não foi bem explorada.
Não estou criticando a estética das camisas; pelo contrário, gostei de ambas. A camisa titular apresenta a elegância da gola tricolor, com detalhes do escudo nas laterais, muito impressionante. Já a listrada, é verdadeiramente tricolor e conta com uma gola V e punhos brancos, do jeito que eu gosto.
Embora eu não tenha informações sobre o material, notei que as estrelas são em silk, seguindo o padrão desde a era da Under Armour. Contudo, chama a atenção o fato de que o escudo é em TPU e não bordado, exigindo um cuidado especial.
O ponto que mais me incomoda é o valor das camisas, cada peça será comercializada por R$ 299,99. Antes, cada camisa da Adidas custava R$ 349,99, o que significa que a marca própria apresenta um preço 16% mais baixo. No entanto, não há como comparar as camisas da Adidas com as da SAO.
Minha crítica não se limita apenas ao preço, mas à grande oportunidade perdida por essa direção focada em marketing de fortalecer e difundir a marca própria entre os torcedores. Oferecer preços acessíveis, algo impraticável com as grandes marcas, teria tornado as camisas da SAO presentes nos estádios, nas ruas e nas redes sociais. Os torcedores teriam conhecido a marca, o produto, e isso teria estimulado um consumo contínuo. Além disso, proporcionaria aos torcedores com menos condições a oportunidade de ter um produto oficial do seu clube de coração. Isso seria nada menos que justo para os fãs do clube mais popular.
Agora, quando terão outra oportunidade como essa? E para concluir, estabelecer preços populares era o mínimo que essa direção deveria fazer para os torcedores que tanto sofreram pelo clube, que lotaram o Morumbi em todos os momentos e conduziram o clube à maior conquista da última década.
Por @colecaodosor e até a próxima semana.