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Salvem o Corinthians.

Quando o grupo “Renovação e Transparência” assumiu o Corinthians depois de 15 anos campeões do continuísta Alberto Dualib, o clube foi logo rebaixado no BR-07. O eleito Andrés Sanchez havia montado o elenco quase rebaixado no SP-04. E também o campeão brasileiro em 2005 com a MSI. Andrés tinha digitais como tantos naqueles tantos processos legais (não necessariamente legítimos) de perpetuação do poder de um Dualib campeão do mundo até – muito dentro e fora de campo pela parceria com a Traffic e HTMF (parceira também de emissoras onde eu trabalhava…).

As ligações são muitas. Nem sempre conectadas às melhores práticas.

O Corinthians se remontou e reergueu em 2008 campeão da B. E ainda vice da Copa do Brasil. Conquistada com Ronaldo em 2009. Junto com o Paulistão invicto. O grupo de Andrés viabilizou por Lula + Odebrecht + PT + prefeitura + CIDs + Caixa + nosso dinheiro uma equação que não fecha até hoje. E ainda pode sobrar para quem é paulistano, não necessariamente corintiano. A Neoquímica Arena também é obra da velha engenharia financeira e da antiga administração pública jogada na privada que empurra a dívida com a barriga. Ou pelo notório saber econômico de André Luís Oliveira…

O grupo cada vez menos renovado e transparente não fez apenas dívidas impagáveis como alguns memes desta campanha. Foi campeão brasileiro em 2011. Invicto da Libertadores em 2012. Bi mundial no mesmo ano (bi, viu, André…) O último campeão mundial sul-americano. Ganhou Paulista em 2013. Ainda seria tri estadual. E mais dois brasileiros no período. Dois vices de Copa do Brasil.

É muito. Com Mário Gobbi, Roberto de Andrade e de volta Andrés. Embora nada tenha conquistado no futebol, Duílio começou a arrumar o escritório e o cofre escancarado. Ainda não a casa toda. Duilio deu algum jeito na dívida. Não teve jeito e nem jogo de cintura em campo. Trocou demais treinador. Pés pelas mãos. Mas arrumou muita coisa errada da herança que pegou e nem sempre conseguiu pagar. E que ele também teve responsabilidade como membro de outras direções do mesmo grupo desgovernado. A ponto de pagar pelo terceiro elenco mais caro do Brasil uma campanha para brigar para não cair em 2023.

Grupo político perdido como o time a ponto de indicar contra a parede, os fatos e a lógica um candidato como André. Protagonista com o eleito Augusto Melo (outro que já foi da mesma patota) a mais baixa, violenta e pavorosa campanha da história de um clube de futebol. Ainda mais de um distinto e campeão dos campeões como o Corinthians. Aquele bem definido por José Roberto de Aquino. “Todos os clubes têm uma torcida. O Corinthians é uma torcida que tem um time”.
E que não merece os “debates” em que se ria para não chorar. Os embates tristes pelo baixo nível. A ausência de ideias e ideais. A mais completa falta de capacidade para dialogar. E, possivelmente, administrar um colosso como é. E uma série de questões que o próprio grupo vencido e tão perdido no final deixou de legado e largado.
A oposição a Andres e seu grupo há muito desgarrado e desregrado demorou a sacar o óbvio. Também dividida, as tantas oposições não ganhavam as eleições anteriores.
Enfim se uniram. E não em torno do melhor nome. Foi o único candidato desta vez. Enfim ganhou. Ou mais perdeu quem apostou em candidato do nível da campanha baixa.
Salvem o Corinthians. Dos perdedores e até dos vencedores. Não tenho lugar de fala além disso. Não meto o bedelho nem do clube pelo qual torço – mas não sou sócio também para evitar participar de situações como essa. Onde situação e oposição são farinhas e farelos e farras do mesmo saco.
Boa sorte, Augusto Melo. Vai precisar.
Boa sorte, corintiano.
Mais ainda.

Mauro Beting

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