No futebol brasileiro da atualidade, discute-se muito o papel do treinador à beira do campo e no dia-a-dia nos clubes.
O que faz um técnico se destacar mais e outros não terem tanto sucesso nos grandes clubes?
Tivemos, nos últimos anos, uma verdadeira invasão de estrangeiros por aqui. Argentinos, portugueses, espanhóis e algumas outras nacionalidades foram trazidos para cá na ânsia de se melhorar a qualidade do jogo e a produtividade dos nossos atletas, historicamente conhecidos como os mais habilidosos nesse esporte pelo mundo.
Nem todos eles ratificaram a expectativa depositada, seja por ineficiência, por desconhecimento da nossa cultura futebolística ou por simplesmente não alcançarem os resultados esportivos esperados.
Mas por que nossos dirigentes têm apostado muito mais nos comandantes de língua estrangeira? Sinceramente, não consigo encontrar, na maioria nos nomes que têm vindo, uma razão plausível.
Cerca de 80% deles não trouxeram nada muito novo ou tinham um perfil adequado para
os projetos aqui existentes. Salvo Abel Ferreira (Palmeiras), Jorge Jesus (Flamengo), Vojvoda (Fortaleza), Hernán Crespo (São Paulo) e Coudet (Internacional), os tantos
estrangeiros que por aqui pousaram, não ganharam títulos expressivos. Então qual a diferença para dos técnicos nacionais? Métodos? Mais diplomas ou discursos sobre
novos sistemas e técnicas de jogo? Ou simplesmente o marketing dos clubes em escancarar um modismo? Até nossa seleção, tão vencedora historicamente com
técnicos da casa, está buscando o italiano Carlo Ancelotti para o ciclo da Copa 2026.
Temos vários e bons profissionais brasileiros, como Dorival Júnior, por exemplo.
Olhemos para novas gerações e para a formação delas, para que não percamos a nossa essência, a do futebol arte, da habilidade, dos dribles desconcertantes e do futebol
moleque e ofensivo.
Sou um defensor dessa ideia! Nada contra bons profissionais estrangeiros, porém, que haja uma real motivação para trazê-los – e limitá-los aqui também. Isso já ocorre em muitos países. Precisamos renovar e formar gente que conheça da nossa essência. Um bom exemplo disso é o Flamengo de 2023, para não citar 2021/22, com Paulo Souza e e Domenec Torrent. Teve, nessa temporada, injustificadamente, Vitor Pereira e Jorge Sampaoli, em detrimento a ter o ótimo Dorival Júnior, campeão da Libertadores e Copa do Brasil pelo rubro-negro no ano anterior.
Um bom técnico não é apenas aquele estudioso, com bons cursos de formação no seu currículo, e tampouco porque é estrangeiro. Destaca-se pela capacidade de entender o jogo, a cultura do futebol onde está e por ser um grande gestor de pessoas. E isso, para mim, deve ser a sua grande virtude. Sistema de jogo, métodos de treinos e aspectos técnicos estão disponíveis para todos os profissionais do mercado aprenderem. São hard skills e podem ser adquiridas facilmente. O diferencial está na habilidade nata de liderar, saber lidar com as crises de um grupo de atletas e ser um gestor de pessoas. É o fiel da balança entre o sucesso e o insucesso. Basta analisar os grandes e vitoriosos treinadores no cenário nacional. Posso citar Renato Gaúcho, com títulos nos últimos anos e até o Fernando Diniz, o técnico “interino” da nossa seleção..
Olhemos com mais atenção a essas questões no nosso futebol!
E deixo aqui a provocação: não é hora de promovermos mais os profissionais brasileiros? Aprendemos tanto assim com esse perfil de estrangeiros que tem vindo?
“Bora” apimentar esse debate!
Marcos Bonequini | @marcosbonequini
Excelente Matéria Marquinho, as vezes a maioria das pessoas pensam que é só ter bons jogadores e não precisa mais nada , isso é puro engano, além de um bom time , tem que ter um excelente comandante.
Como sempre Bonequine, trazendo temas que nos levam a reflexão ! Também concordo que um bom treinador, não só possui capacidades técnicas e táticas, mas principalmente a capacidade de gerir , liderar e comandar toda essa atmosfera chamada futebol ! Abraço fraterno, Baresi