Muito provavelmente, no dia que você nasceu, além de já terem escolhido o seu nome, decidiram também o seu time de futebol.
A criança já nasce com nome, sobrenome, religião e time de futebol.
Quando já começa a falar, logo os adultos lhe perguntam: Qual seu time? Gosta de futebol?
Geralmente, na maioria das vezes, a criança nem gagueja a responder e, com gosto, brilho nos olhos, sorriso no rosto, em alto e bom som, responde o nome do time que torce, desde a barriga da mãe.
O vínculo com o time de futebol, então, começa a ser construído desde a primeira infância e é nessa fase que, como em todas as áreas da vida, se iniciam os pensamentos e os sentimentos que moldam os comportamentos humanos.
É fato também que a criança se guia pelos comportamentos dos seus pais e/ou responsáveis e se espelha pelos seus exemplos.
Ao ver o adulto que ama, se emocionar quando o time joga, a criança entende que também pode fazer o mesmo, e assim copia todos os trejeitos corporais, dependendo se a emoção for boa ou ruim, até que introjecta na mente e se torna adulto com a mesma intensidade e relação com o time, antes escolhido por obrigação, e hoje, incorporado em seu coração.
Me lembro, na escola, meus amigos, garotos adolescentes, se o time, a maioria era Flamengo, ganhava, eles chegavam na escola todos animados. Mas, se perdia, era o fim.
O mesmo comportamento eu via se repetindo, quando eu estava na faculdade e depois, já trabalhando, eu testemunhava verdadeiras discussões emocionadas, cheias de argumentos para tudo quanto é lado e se um estava feliz da vida, o outro do time adversário, chegava triste e assim ficava o dia inteiro, no trabalho!
Meu filho, hoje com 11 anos de idade, nasceu já sendo Vasco da Gama, por pura imposição emocional do pai, Leonardo Baran. E a imagem que ilustra esse texto, reflete bem essa história.
Só o detalhe que meu filho não curte futebol, apesar das tentativas. Bem, em casa de ferreiro, espeto de pau. Mas, vejo isso como uma exceção à regra.
Faço uma pergunta: o que faz com que o resultado de um jogo influencie no comportamento de um torcedor, seja com a família, com amigos e no trabalho? Porque uma pessoa permite que, dependendo se o time ganhar, ele vai ficar alegre no dia seguinte e se perder, fica triste o dia todo?
Isso tem resposta no campo emocional, não no campo cognitivo racional e tem a ver com o que foi apresentado no início desse texto: o vínculo emocional que é construído desde a primeira infância, ou até mesmo antes do próprio nascimento!
De toda a forma, fica aqui uma reflexão:
Deixar que acontecimentos externos dominem o estado emocional é arriscado e vai contra o fluxo natural da sua mente e corpo, porque o jogo da vida é de dentro pra fora.
Ou seja, o desafio é sentir paz interior e bem-estar, independente se a situação for favorável pra você, ou não.
A forma como você reage diante das situações externas e as quais não tem controle é o que vai ditar o alcance da sua plena felicidade, ainda que seu time de coração tenha perdido um jogo.
Se seu time ganhar, claro, comemore! Mas, viva a sua vida. Se seu time perder, foque nas coisas boas que a sua vida te oferece, ainda que você pense que torcer pro seu time seja a única parte boa da sua vida, momentaneamente. “Nada é permanente, exceto a mudança” (Heráclito).
Sempre tem algo a agradecer, a ter fé e esperança.
Luna Baran (@lunabaran1)