Após dois resultados muito ruins nas eliminatórias sul americanas para a Copa do Mundo 2026, várias indagações – e reflexões – são colocadas mais uma vez em pauta sobre o futebol brasileiro.
O que acontece que não temos mais um grande desempenho no futebol mundial como tínhamos há algum tempo? Por que não chegamos mais a uma final de Copa nas últimas cinco competições?
E agora, até dificuldades nas eliminatórias e fraco desempenho.
Acredito que a resposta não seja tão simplista e haja um conceito mais complexo para a explicação, porém existe uma razão bem simples para entendermos: perdemos nossa essência de futebol.
A começar pela formação dos nossos atletas. Apesar de entender que toda ciência e estudo vem para contribuir para uma evolução natural dos processos, tornamo-nos complexos demais e afastamo-nos da forma de como devemos formar nosso atleta. Muitos conceitos com cara européia, muito foco na capacidade física para selecionar atletas e pouca atenção ao mais importante: o talento. E de que forma desenvolvê-lo dentro das características do nosso futebol.
Garotos são criados, desde muito cedo, para aprender sistemas de jogo atualmente. Esquecemos da técnica, da habilidade e do jeito moleque que sempre nos diferenciou no mundo.
Tática e sistemas são importantes? Muito. Mas, principalmente na formação, o desenvolvimento técnico baseado no talento individual, muito mais. Não se aplica tática eficiente a um atleta que tem defeitos técnicos graves, já dizia o Mestre Telê.
Nossos atletas tem saído cada vez mais cedo para o mercado europeu. Isso os coloca num modelo de atleta diferente do nosso tradicional também. Viram estrelas no mercado internacional e, por menor que seja o seu clube, parecem ter “prioridade” nas convocações da seleção, em detrimento aos que aqui atuam. É justo? Acho questionável.
Há muito a se fazer. E melhorar. A começar dos conceitos. Começando pela governança dos clubes, federações e confederação. É preciso profissionalizar muito mais.
E é necessário rever o que queremos como modelo de futebol. O pragmático, cheio de exigências táticas, que não são as nossas, ou a volta do futebol habilidoso, do drible desconcertante e dos gols bonitos? Nossos técnicos, em geral, também precisam entender isso.
O torcedor espera isso. O mundo do futebol também!
Seleções que marcaram época e fizeram história tinham essa essência. Usemos dois bons exemplos: a tricampeã em 1970, com Pelé, Tostão, Gerson e Jairzinho, e a de 1982, campeã moral, mas que encantou o mundo com um futebol leve e envolvente.
Não precisamos inventar sistemas “loucos” para isso. Basta voltarmos às origens. Formar é importante, mas essencial é compreendermos a nossa identidade.
Viva o nosso futebol moleque! Valorizemos as nossas raízes que o hexa vem!
Marcos Bonequini | @marcosbonequini
Concordo com você Marcos o futebol está perdendo a criatividade que existia hoje estamos vendo robos…..
O tetra o penta quem viu viu ninguém nunca mais verá tive o privilégio de ver . futebol antigamente treinamento era na raça hoje jogadores nutelas qualquer coisa cai no campo tipo neimar kkkk só cai
Luciano Araújo