Desde os últimos resultados da Seleção Brasileira nas eliminatórias, essa tem sido a grande indagação do torcedor. Por poucas vezes na história, tivemos tanta preocupação com o desempenho – e o futuro – da seleção canarinho.
A sexta colocação na tabela de classificação é o assustadora, porém o desempenho do time em campo é o que mais choca. Com o atual futebol apresentado, chegaremos à próxima Copa do Mundo? Difícil prever. Os mais otimistas dirão “impossível ficarmos fora com tantas seleções se classificando no grupo da América do Sul, mesmo com mau desempenho em campo”.
Penso diferente. E me baseio em inúmeros exemplos de times, ou seleções, que acharam que teriam êxito, mesmo com um fraco futebol nas competições. Grandes clubes já foram rebaixados, mesmo achando que simplesmente sua camisa faria a diferença nos momentos decisivos. Coloco no hall desses fracassos: Palmeiras, Corinthians, Vasco, Grêmio, Cruzeiro, entre tantos outros. A Argentina já ficou fora de Copas. O Uruguai, idem. Duas seleções campeãs mundiais.
Que tenhamos mais atenção aos detalhes. Não temos um planejamento claro ainda de quem será o técnico definitivo. Tivemos Ramon Menezes e, agora, Fernando Diniz, como interinos. Aguardamos Ancelotti sem nenhuma segurança absoluta que virá. E começo a acreditar que não estará no comando do Brasil. Apostamos num trabalho de transição com técnicos inexperientes e com visões muito diferentes de futebol. Está, ainda, indefinido, que linha de trabalho seguiremos.
Não temos mais Romários, Ronaldos e muito menos Pelés, para nos salvarem num lampejo mágico de técnica diferenciada, do lance de craque, que já foi a diferença em outros momentos. Hoje, temos uma geração jovem e não tão “vestindo a amarelinha”. Há anos formamos mau nossos atletas de base e já não somos mais aquela seleção assustadora.
Demos a Diniz a missão de encabeçar um início de projeto de Copa do Mundo com um sistema de trabalho – e de jogo – que nenhum outro time no mundo pratica. Como esperar resultados positivos se não temos sequer tempo para treinar e criar a cultura de jogo nesses atletas?
Seleção Brasileira não deve ser laboratório, mas se for, que seja com bons resultados conquistados. Sem eles, o risco de um fracasso histórico é iminente, pois já dizia o bom Muricy Ramalho, “a bola não aceita desaforos” e, devemos estar atentos a conquistarmos vitórias o quanto antes.
Que meus temores e preocupações sejam apenas devaneios. Até torço para que sejam, mas as evidências estão aí! Devemos ignorá-las?
Que algo seja feito até as próximas convocações, pois são necessárias mudanças. Que tenhamos novos caminhos, rumos e resultados. E despertemos novamente a confiança do torcedor brasileiro.
Vai Brasil! Antes que seja tarde!
Marcos Bonequini | @marcosbonequini
Ótimo análise, nada contra o Fernando Diniz porém seu esquema de jogo requer um tempo para treinar e na seleção não tem, o próprio Emerson Royal falou sobre isso. A seleção precisa de um treinador mais experiente precisa de uma renovação e a nossa torcida precisa ter um pouco de paciência. Não é do dia para a noite que isso vai acontecer a Alemanha começou a reformulação após a copa de 2002 e foi bater campeão em 2014.