Começou sexta-feira(08) a caminhada da Seleção Brasileira rumo ao Hexa. E não é a
primeira, nem a segunda vez que alguém diz isso. Isso porque estamos vivendo o mesmo
período sem títulos, entre o Tri e o Tetra, 24 anos. De 1970 a 1994 e de 2002 a 2026. Mas
uma coisa que há de diferente no atual espaço de tempo é o foco da esperança. Em 3 Copas
do Mundo, tivemos um super craque. Um jogador que passava a sensação que, se ele não
decidir, ninguém mais irá. E a tendência, por melhor que seja a atual geração, é que no
mundial da América do Norte, não se mude muito as perspectivas. A prova disso é que antes
de seu nome ser citado, sabe-se que o texto é sobre Neymar Jr.
Decerto, não é fácil carregar essa pressão. Ser a grande esperança por 4 mundiais. Para
bem ilustrar, o Rei, o maior de todos, Pelé, tricampeão do mundo, foi o cara da copa de 70.
Em 58 foi Didi. Em 62 foi Garrincha. Muito se espera de Neymar e é normal. Ademais, ele
nunca fugiu de tal cobrança. É como um filho único. Tudo se cobra dele. Ele vai entregar seu
máximo. Mas segue sendo um só. E a Pátria mãe vai dizer que ele não fez nada, no primeiro
erro.
O fato é que Neymar passou por um movimento nada ordinário. Não houve uma
transição gradual e naturalmente lenta para que ele se tornasse o protagonista. Em 58, quando
Pelé chega à Seleção, ele estava cercado por Vavá, Garrincha, Zito, Mazzola, Nilton Santos,
Didi, Gilmar, Zagallo, entre outros. Romário, antes de ter uma das maiores atuações
individuais em uma Copa na história em 1994, vinha sendo convocado desde 1987.
Ronaldinho Fenômeno em 2002, já havia estado na edição anterior e, além disso, jogava em
uma equipe que, em caráter ilustrativo, tinha 4 melhores do mundo, o próprio, Ronaldinho
Gaúcho, Rivaldo e o jovem Kaká. Neymar poderia passar por essa transição. Jogar a Copa de
2010, ao lado de Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Robinho e Adriano, seria importante para
assimilar a responsabilidade(e quem sabe até ganhar aquela Copa). Desses, só Kaká foi
convocado. 2014, ele já estreou como a única esperança, em uma Copa no Brasil. 2018, era o
vingador solitário, na luta para superar o 7×1. E 2022, tinha bons parceiros, mas só quem foi
capaz de decidir foi ele.
Ele nunca fugiu da pressão, mas certamente seria mais fácil se tivesse jogado com seus
espelhos. Isso é um movimento praticamente certo do futebol. A nova promessa joga com os
craques em fim de carreira, até que ele assume a responsabilidade. O Neymar não viveu isso.
Sua jornada de herói sempre foi sem um grande mestre e em voo solo. E ainda, sobre os
‘’espelhos’’, os ídolos da geração de ‘’menino’’ do Neymar, sempre tiveram problemas
extracampo, responsáveis por não darem tudo que podiam ao futebol. Mas o Ney é cobrado o
tempo inteiro pelo que faz do lado de fora. Ronaldinho: 26 anos, Romário: 28 anos, Kaká: 28
anos, Ronaldo: 29 anos, Adriano: 24 anos. Essas eram as idades dos craques ‘’pré-Neymar’’,
em suas últimas Copas. Ele, aos 34, será nossa maior chance de vencer.
Dito isso, ele já é o maior artilheiro da história da Seleção. É o maior garçom.
Nenhum de seus espelhos venceu mais títulos que ele. E só não foi melhor do mundo, por
viver junto de Messi e CR7. Sem os paranormais, terias duas bolas de ouro. Portanto, a
carreira do Neymar não está nem perto de ser uma decepção. Talvez só tenhamos colocado
uma cobrança maior que a devida. Não é culpa nossa. Nem dele. É a carência. Para concluir,
que ele leve o amigo ‘’hermano’’ como espelho final. Messi foi a esperança argentina por
muitas copas. Venceu aos 35. 34 anos está de bom tamanho, para alguém que já é o espelho
da atual e da próxima geração.
Os espelhos de Neymar
10
Sep
Parabéns a todos vocês! Finalmente textos que são lúcidos, claros e nada viciados ou comprometidos. Já sou fãs dos colunistas “cancelados” e do grande Baran, mas fico feliz em ter gente inteligente escrevendo sobre futebol.
Excelente texto Presunto! Cheguei aqui através dos Cancelados
Disse tudo, comentário quente e ao mesmo tempo frio e calculista. A real que ao longo dos anos, é normal nós brasileiros reclamamos dos craques que só temos exata noção o quanto são primordiais quando param. Coloco como exemplo nem atacante…Mas o tanto Que brasileiro reclamam de Cafu e Roberto Carlos kkk quando pararam…Não precisa falar mais nada né kkk Ótima crônica Man tmj
Disse tudo, comentário quente e ao mesmo tempo frio e calculista. A real que ao longo dos anos, é normal nós brasileiros reclamamos dos craques que só temos exata noção o quanto são primordiais quando param. Coloco como exemplo nem atacante…Mas o tanto Que brasileiro reclamam de Cafu e Roberto Carlos kkk quando pararam…Não precisa falar mais nada né kkk Ótima crônica Man tmj
Parabéns Presuntinho, vc é demais.
Bom trabalho Guilherme P. !!!
Muito bom!!