Nesta semana, a parceria entre a Nike e o Corinthians lançou a camisa especial usada pelo goleiro Cássio na estreia do uniforme IV do Timão na temporada passada. A alta demanda resultou em esgotamento rápido das unidades disponíveis.
Cássio chegou ao Corinthians em 2012 inicialmente como a terceira opção no elenco, mas rapidamente se tornou titular, desempenhando um papel fundamental nas conquistas da Libertadores e do Mundial de Clubes, sendo coroado como o melhor jogador do Mundial. Ao longo dos anos, acumulou 9 títulos e estabeleceu-se como o goleiro que mais vezes vestiu a camisa do clube, alcançando status de um dos maiores ídolos da história do Timão.
Curiosamente, apesar de todas essas conquistas e credenciais, a Nike e o Corinthians não deram o devido valor na fabricação das suas camisas especiais.
Quando se menciona camisas de goleiro, é impossível não recordar de Rogério Ceni, cujas camisas especiais deixaram uma marca permanente. Contudo, não pretendo abordar a comparação com as camisas do ex-goleiro do São Paulo, pois isso remete a uma época distinta. O que podemos observar como exemplo é que os fornecedores reconheciam a importância dele na história do clube e sua significância para a torcida ao criar um uniforme especial, como os produzidos pela Reebok, Penalty, Topper e Under Armour. Ao contrário de outros goleiros históricos, como Fábio no Cruzeiro, que disputou quase 1000 jogos pela Raposa e não me recordo de ter visto nenhuma camisa especial disponibilizada ao público e também do lendário goleiro espanhol Iker Casillas que disputou mais de 700 partidas pelo Real Madrid.
No caso de Cássio, ele só foi ter a sua primeira camisa comemorativa em janeiro de 2021, quando alcançou a marca de 500 jogos. Na minha visão, essa foi a primeira decepção.
A camisa, em sua essência, é apenas uma camisa preta da Nike que poderia ser encontrada em qualquer loja de artigos esportivos, uma peça básica de treino. O diferencial estava nos detalhes dos patches e na fonte do número, que apresentavam nuances interessantes. No entanto, considero que esses elementos foram insuficientes para um jogador que completou 500 jogos em um dos principais clubes do país, após quase uma década de instituição.
Além disso, essa camisa era limitada a apenas 500 peças, cada uma representando um número único que era exibido na barra da camisa. A demanda foi tão intensa que as peças se esgotaram em apenas 10 minutos.
Esse episódio se revelou como o primeiro indício tanto para a Nike quanto para o Corinthians de que a torcida ansiava por artigos do seu grande ídolo.
No ano seguinte, o ídolo corinthiano atingiu a notável marca de 603 jogos, superando o ex-arqueiro Ronaldo Giovanelli e assumindo a posição de goleiro com mais partidas defendidas usando a camisa do Corinthians. Este feito incrível representava uma oportunidade ímpar para celebrar Cássio, considerando sua relevância em um clube centenário e com a segunda maior torcida do país. Era o momento ideal para criar uma camisa única, repleta de elementos marcantes, e disponibilizá-la para o maior número possível de fãs, certo? Infelizmente, não foi o que aconteceu.
A parceria entre a Nike e o Corinthians (sempre considero o Corinthians nas decisões) novamente deixou a desejar, apresentando um trabalho aquém do que tanto o jogador quanto a torcida mereciam.
Ao todo, foram lançadas quatro camisas comemorativas – uma preta, uma azul, uma amarela e uma laranja. O destaque recaiu, mais uma vez, na escolha da fonte, que desta vez apresentava detalhes de dragões, uma homenagem ao período em que Cássio se consagrou no Mundial do Japão. Entretanto, as camisas mantiveram-se como modelos padrão da Nike, sendo a preta de mangas longas e com alguns detalhes, enquanto as coloridas eram bastante simples em sua essência.
Mais uma vez, a disponibilidade para compra foi restrita, resultando na frustração de milhares de torcedores que não conseguiram adquirir a camisa especial de seu grande ídolo. Atualmente, se alguém deseja adquiri-la, especialmente a versão preta, terá que desembolsar um valor que ultrapassa o equivalente a um salário-mínimo.
Diante de toda a movimentação em torno das camisas de Cássio, a fornecedora americana e o clube paulista aproveitaram o jogo de lançamento da camisa IV, conhecida como a camisa da Fiel, desenhada por um torcedor e montaram uma também para o goleiro utilizar na partida. Essa camisa que foi disponibilizada para venda nessa semana.
O novo manto foi montado a partir de uma camisa de treino, com o escudo CP, o swoosh e o número frontal de forma centralizada, além do número nas costas. Os detalhes marcantes incluíram a assinatura na fonte e um patch. Entretanto, o patch não foi incluído nas versões disponíveis no site da Nike, e as medidas das camisas destoaram consideravelmente do padrão. Mais uma vez, um descaso para com os torcedores do SCCP.
Cássio está prestes a atingir a impressionante marca de 700 jogos ainda este ano, atualmente contabilizando 694. Creio que estão planejando algo especial para celebrar essa conquista.
Entretanto, minha expectativa é que considerem uma celebração em grande escala, algo que esteja à altura da importância de Cássio na história do Corinthians. Uma camisa mais elaborada e cuidadosamente produzida seria ideal e que proporcione mais oportunidades de aquisição para a maioria dos fãs.
Por @colecaodosor
Até a próxima semana.