Colunistas, Mauro Beting

O Botafogo ainda é o favorito.

Acredite. O Brasileirão de 2023 ainda está aberto. Tem um Red Bull Bragantino que está jogando bem e ganhando ainda melhor. Tem o Flamengo de Tite, que ainda não está jogando tão bem, mas está ganhando jogos que perdia com Sampaoli.

Não parece ter mais ninguém com chances de título, futebol de campeão, ou pontuação hábil para tanto. Até pela campanha ainda histórica do Botafogo. Não o desempenho atual. Nisso, lembra muito o Corinthians campeão de 2017. Quando fez um turno espetacular e não esperado, caiu de produção no returno, e sofreu mais do que o esperado para ser o campeão merecido em 2017.

História muito parecida com a do Fogão em 2023. Se ela vai se repetir como festa alvinegra, só saberemos mesmo no final. Possivelmente, antes mesmo da rodada final. Isso, claro, se não voltar a faltar energia no Nilton Santos. Não apenas no sentido figurado. Também na falta de luz. Aquela que impediu que o jogo equilibrado contra o Athletico terminasse no sábado. Só recomeçasse no domingo como manda o regulamento. Mas que ainda não acabou a partida pela falta de orientação e respeito da CBF. Entidade que não lê o próprio Regulamento Geral das competições. Claríssimo no sentido de dizer que tinha que ter jogo entre Fortaleza e Botafogo nesta terça-feira. A incapacidade dos dirigentes brasileiros de ler o que está escrito abre brecha pra muitas más interpretações da vontade política e esportiva de seus cartolas.

Em campo, o Botafogo sofre mais do que se imaginava agora. Mas é algo natural. Depois de a melhor campanha da história de um campeão do turno, uma queda de produção é humana. Ainda mais com duas trocas de treinador, mais a interinidade de Caçapa do processo.

Lúcio Flávio ainda está arrumando a equipe que foi mal acabada na Lage por Bruno. Mas aquilo que havia deixado no Botafogo o antecessor português Luís Castro deve garantir um título que ainda está em jogo.

Mas é um jogo todo ele alvinegro.

Tivesse chegado antes ao Flamengo, e tivessem os jogadores do rico elenco a mesma disposição que parecem estar voltando a ter dentro de campo, o campeonato seria mais equilibrado.

Mesmo com Red Bull Bragantino botando suas asinhas pra fora. Até pela queda abrupta de produção do Palmeiras, e pela instabilidade do Grêmio de Renato.

O Galo parecia que viria atropelando nessa reta final, mas o modo como perdeu o clássico para o Cruzeiro na Arena MRV deixa tudo mais distante.

Como fica agora mais longe da turma da confusão o Internacional, depois de goleada histórica contra o nada histórico time atual dos Santos. Ou, na pior acepção do termo histérico, a equipe que não arma que não marca que não ataca que não defende que não é o Santos. Mais um entre os grandes que precisa olhar pra turma de baixo onde já estão consolidados América e Coritiba.

Duas vagas para a Série B ainda estão em disputa no BR-23. Não faltam candidatos. Alguns gigantes querendo mesmo serem derrubados, rebaixados. Mas apenas dois ainda vão pro funil.

Quem?

Ainda tem tempo.
Não futebol para tanto.

Mauro Beting | @maurobetingoficial

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