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Falta VONTADE no Futebol Feminino!

Domingo pela manhã, preparo o meu café, sento no sofá e a bola começa a rolar na final da Supercopa Feminina. De um lado, o consistente e incontestável Corinthians em busca do seu tricampeonato na competição; do outro, o novo Cruzeiro – digo novo em dois sentidos: primeiro, pela estreia do time mineiro na final do campeonato, e segundo, porque se trata de uma nova gestão, com estrutura e planejamento a longo prazo.

Essa final respondeu a uma das perguntas mais recorrentes quando se trata de futebol feminino: “Quem vem primeiro, o interesse do público ou o investimento?” Afinal, para ter investimento, precisa-se de público, ou será que para ter público precisa-se do investimento? De forma clara, essa final respondeu: o que vem primeiro é a VONTADE.

É a vontade de fazer com que a modalidade dê certo. É a vontade de fazer com que o futebol feminino não seja apenas uma obrigatoriedade para os times da Série A do Campeonato Brasileiro Masculino. É a vontade de entender que investimento não é apenas sobre dinheiro; são cabeças pensando na modalidade, são gestores focados no feminino, são locais ideais e igualitários de treinos – e o Cruzeiro mostrou que essa receita bem-feita gera resultados a curto prazo.

O Brasil já foi palco de grandes eventos esportivos, seja Copa do Mundo, Olimpíadas, Pan-Americano, Copa América. Sabemos fazer evento, temos profissionais altamente capacitados para isso, já é sabido o que funciona e o que não funciona.

O grande problema é que essas expertises parecem ser “resetadas” quando se trata de futebol feminino. Afinal, marcar uma semifinal da Supercopa em um horário comercial no meio da semana, deixando de movimentar mais de 30 mil pessoas, não é falta de expertise, é falta de vontade.

Mas é claro, não podemos responsabilizar apenas organizações e dirigentes, nos isentando de qualquer participação. Isso também é sobre você e eu. É impossível terminar esse pensamento sem citar a certeira frase de Gabi Portilho: “Futebol feminino não é favor (…) se quiser, eu dou um copo d’água para não ter que engolir a seco”. E você, está servido?

Carol Cherulli | @carolinecherulli

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