Ao entrar em campo, em Wembley, contra a Inglaterra, no próximo sábado (23), a seleção
brasileira masculina dará início a um novo ciclo de sua história. Num momento
conturbado, com resultados ruins nas eliminatórias sul-americanas sob o comando
“interino” de Fernando Diniz, a seleção canarinha estreia seu novo comandante, Dorival
Júnior, que traz consigo a marca de ótimos recentes trabalhos no Flamengo, onde foi
campeão da Copa Libertadores 2022, e no São Paulo, onde conquistou a inédita Copa do
Brasil. Dorival, agora, tem o desafio de mudar os rumos da equipe, sob o clima de
desconfiança e descrédito por parte do torcedor.
Mas o que esperar do novo comandante? Como ele próprio disse em sua primeira
entrevista coletiva, um resgate de uma seleção que se identifique com o torcedor. Pra mim,
ainda não é claro como ele o fará. Em sua primeira lista de convocados, demonstrou
quebrar a cultura de seus antecessores ao trazer na sua grande maioria, atletas que atuam
no futebol brasileiro, como um bom exemplo, os três goleiros, Rafael (São Paulo), Bento
(Athletico PR) e Léo Jardim (Vasco). O modelo de jogo e o comportamento tático técnico da
equipe também são pontos de grande expectativa. Deveremos ter um time mais compacto
e cuidadoso defensivamente, já que tivemos desempenhos pífios nesses quesitos nas
mãos de Diniz. A grande dúvida é o que apresentaremos ofensivamente e com qual
formação no meio-campo e ataque. A única certeza é que teremos Vinícius Júnior entre os
titulares.
Os jogos contra Inglaterra e Espanha, equipes bem competitivas no cenário mundial,
trarão ingredientes interessantes para testar esse início de trabalho. Sendo assim,
podemos ter uma noção do que pensa Dorival Júnior para esse momento. Caso apresente
um bom futebol, já haverá um ambiente propício ao sucesso, com apoio e resgate de parte
da credibilidade do futebol brasileiro. Do contrário, uma crise iminente deve se
potencializar e o novo comandante terá sobre si uma pressão gigantesca.
Que a bola role e o futebol visto nos encante!
Como seria bom resgatarmos o brilho e o “jeito moleque” do futebol brasileiro novamente,
obviamente acompanhado de bons resultados!
Temos um longo percurso pela frente, mas dar os primeiros passos de forma correta e
consistente já nos traria otimismo.
A Copa do Mundo 2026 já está por vir e podermos ver o Brasil voltar a figurar como um real
favorito, seria excepcional!
Boa sorte, Dorival! Que todos os deuses do futebol estejam com você nessa árdua missão!
Por Marcos Bonequini