Janeiro é o mês da volta ao trabalho, tanto para os times de futebol, como para muitas pessoas, ao redor do mundo, após as férias de fim de ano.
Como cada pessoa enfrenta a volta à rotina de trabalho?
Motivada por novos desafios, ou triste e desmotivada pela mesmice que irá encontrar?
Ainda que o jogador de futebol volte desanimado, é mais fácil voltar ao ânimo, já que tem apoio dos parceiros de time e do treinador.
Nem sempre é assim com quem trabalha em escritório, empresa ou por conta própria, pois, ainda que o chefe ou superior devesse ser alguém a motivar, no mundo real, a maioria dos líderes cobram por resultados, sem muita simpatia…
Com isso, entrar de volta ao ritmo de trabalho, pode se tornar maçante e sair da inércia e da energia estagnada, pode vir a ser um problema.
Por isso, quero dedicar esse artigo às pessoas que não têm um “treinador/Coach” como suporte, igual têm os jogadores de futebol ou de outros esportes.
Aproveito o gancho que, no Brasil, janeiro é o mês dedicado à consciência sobre a importância da saúde mental e acredito que a volta ao trabalho engloba esse tema.
Voltar desestimulado, seja pela rotina cansativa, seja pelo salário baixo, seja pela desmotivação do trabalho em si, não é, obviamente emocionalmente saudável para ninguém.
Estar desmotivado causa inércia mental e desânimo.
Como deixar a inércia e entrar em movimento?
O ciclo vicioso do ficar estagnado, deve ser cortado pela raiz. E qual é essa raiz?
Por qual parte começa esse ciclo? Ora, um ciclo não tem começo nem meio nem fim. Portanto, a raiz do mal da inércia pode ser uma variável de sentimentos, que levam a um só comportamento: o “ficar parado”.
Por exemplo, a quantidade de tarefas diárias pode assustar uma pessoa e levar ao pensamento de que não vai dar conta, que é muita coisa e nem sabe por onde começar e, portanto, acaba por não fazer nada, porque não consegue ordenar em uma lista o que fazer primeiro.
Em primeiro lugar, essa organização precisa ser mental. Colocar em ordem os pensamentos. Não somente os pensamentos imediatos de o que fazer naquele momento, mas também aqueles que nos atormentam.
Uma forma de aquietar os pensamentos, bastante recomendada por especialistas da área da saúde mental é a meditação.
Essa prática permite que o silêncio mental tranquilize o turbilhão de imagens mentais que construímos ao longo do dia, ora inventando situações ruins, ora voltando e revisitando ocorrências desagradáveis do passado, ora relembrando acontecimentos bons, mas com um sentimento de saudade ruim, ora se preocupando com o futuro.
Ou seja, a mente divaga demais, passeando entre passado e futuro, mas pouco permanece no momento presente, onde o corpo está e onde a vida acontece de verdade.
Com a mente mais calma, podemos entrar no aqui e agora e visualizar. Ter uma ideia melhor de como agir.
O impulso da ação deve ser direcionado e intencionado. Ou seja, foco.
Não é produtivo realizar muitas tarefas de uma só vez. Ao invés de fazer com pressa e pensar que não vai dar tempo de concluir tudo, comece a ter uma nova mentalidade de que vai dar tempo.
Mudança exterior requer, primeiro, mudança interior.
Mudança de padrão mental.
É válido também, investigar se talvez, a pessoa inerte está sofrendo de algum mal emocional, tal como a depressão. E, portanto, tratar, sempre com acolhimento, através de um profissional habilitado.
Mas, muitas vezes, não é caso constatado de depressão e a pessoa, considerada saudável mentalmente, também tem questões relacionadas à falta de vontade, à falta de clareza, falta de motivação, falta de sentimento de capacidade, o que está muito ligada à sua autoestima.
Comecei esse texto mencionando os jogadores de futebol, mas somente como um ponto de partida, porque minha intenção é escrever, nesse momento, para pessoas que não têm esse aparato de time.
Portanto, sem a menor intenção de esgotar o tema por aqui, serve como alerta e dizer que é normal procurar por ajuda profissional, seja de um terapeuta e/ou coach, para buscar propósito e se entender melhor, em caso de volta ao trabalho, sem ânimo.
Saúde Mental não é somente viver sem transtornos psicológicos, mas sobretudo, é ter uma vida com bem-estar, incluindo no seu trabalho.
Luna Baran | @lunabaran1