O dia 07 de junho de 2023 poderia ser como qualquer outra quarta-feira comum na vida das pessoas. Não na minha. O time inglês que eu torço há 15 anos estava numa final europeia. Veja bem, não era o United ou o City, tão pouco o Arsenal. E também não era a Europa League ou a Liga dos Campeões. Era o West Ham na Conference League.
Um time mediano da Terra da Rainha e a competição de terceiro escalão do continente. Um dia eu disse: “Não é fácil torcer para um time que não ganha títulos”. A verdade é que mal dormi, mas levantei por volta das 07h da manhã, como sempre, passei no banheiro para lavar o rosto e fui esquentar a água do café. Enquanto se dava a fervura, me troquei já com a roupa que usaria durante todo o dia e deixei tudo pronto para começar a gravar o que seria a data mais importante do ano.
Café quentinho e começaram as gravações. Café prum lado, cachecol para o outro, quadro do Michail Antonio e London Bridge no lugar, ambos acima da TV até hoje. O trabalho começava com uma reunião e a minha tensão de ter que entregar o máximo possível de “jobs” até às 15h30.
Sobre isso, inclusive, vale a menção honrosa.
Dias antes me pegava pensando que não queria revezar entre textos profissionais e um jogo. Afinal, não era um jogo qualquer, era o jogo mais importante dos últimos 15 anos. Fingir doença? Não. Uma desculpa esfarrapada qualquer? Também não! Falei a verdade. O meu time europeu vai jogar uma final e eu gostaria de sair (bem) mais cedo para assistir. A verdade é sempre melhor que a mentira. Fui autorizado a “sair” (entre aspas mesmo, benefícios do home office) cedo. Não tirei minha hora de almoço, sai apenas pra comprar cerveja, e fui trabalhando até pouco antes do jogo.
Meu primo chegou. Menção honrosa 2: um tricolor paulista fanático soube o que era ser um Hammer por um dia. Levarei isso no coração para sempre, diga-se. Sabíamos que o West Ham poderia ganhar, nos apegando a um bom time, que joga no melhor campeonato do mundo e que chegou à final jogando um bom futebol.
Porém, do outro lado estava a Viola, na primeira das 3 finais europeias dos italianos que se reergueram no continente. O calcio, tradicional e forte, queria começar ali a relembrar seus tempos de glória. Mas o seguro Areola, o incansável Rice, o Brazilian Magnífico Paquetá e os elétricos Benrahma e Bowen não deixaram isso acontecer. A paixão que atravessa um oceano levou as minhas bolhas, as do meu primo e a dos grandes amigos que esse time me deu, para brilhar pelo céu da Europa junto dos seus.
Encerro este texto mudando o que dizia até então: “Deve ser difícil torcer para um time que não ganha títulos”.
Posso me arrepender e mudar essa fala de novo daqui há alguns anos, mas o certo é que seguirei soprando bolhas, lindas bolhas pelo céu.
Marcelo Coleto | @futlifeoficial
Torcer para o Wedt Ham não deve ser facil, p
Em poucos anos que torço para os hammer (por sua causa), já vi o time quase cair e já vi também quase beliscar uma vaga nas decisões finais da Europa league, esse título coroou o bom momento. GO HAMMERS!