Quando o goleiraço João Paulo estava lá na frente tentando fazer os tantos gols que desde 2020 evita que o Santos tome, um chute por cobertura decretou a vitória do Fortaleza. E a derrocada final de um colosso do Santos à deriva nesta gestão desgovernada por heranças malditas das anteriores. Potencializadas por desastrosas decisões fora de campo quer contaminaram elenco fraco e perdido como o 2023 que começou órfão de Pelé.
E termina com um rebaixamento que outros clubes flertaram. Desejaram. E foram apenas menos incompetentes que um Santos que não honrou a camisa. A glória. A história. A torcida. A trajetória. A cidade. A Baixada rebaixada como nunca parecia possível.
Eu imaginava o Bahia caindo. Mas o time de Rogério Ceni foi enorme contra um Galo que ainda delirava com o título até ser batido por 4 a 1 redentor.
Bahia que com 12 minutos na Itaipava Fonte Nova Arena marcou o primeiro gol e jogou a bucha para o Vasco, às 21h42 do dia 6 de dezembro. 22h em ponto, gol em São Januário. 1 a 0 no Red Bull Bragantino. O Santos começava a cair.
Mais 7 minutos, o artilheiro e craque do BR-23 empatou em Salvador. Bahia voltava a cair. Como acontecia no apito inicial em Santos, Rio e Fonte Nova.
Mais três minutos, dolorida lei do ex Marinho. Fortaleza 1 a 0 na Vila. Santos ainda se salvava. Era 10h10 da noite. Rei Pelé não deixaria no Brasileiro Rei, nessa hora exata cheia de dez, derrubar o clube do maior do Universo. Ele estaria mexendo pauzinhos e pelotas para evitar a queda.
Mas, no finalzinho do primeiro tempo na Bahia, 2 a 1 para o dono da casa. Santos no cadafalso. Eram 22h23.
Só às 22h58 um alento santista. Messias. 1 a 1 na Vila. Mas o pavoroso saldo alvinegro ainda o derrubava.
23h02. Red Bull Bragantino empatou em São Januário. O Vasco que “non se baja” estava caindo. Mesmo jogando o melhor futebol entre ameaçados e até os salvos.
Durou 20 minutos o alívio santista. Serginho desempatou para o Vasco. Eram 23h22. Santos de novo no corredor não de fogo. Mas da morte. Ou do fogo ateado em veículos próximos ao estádio que viu o melhor time do mundo. Reduzido a cinzas.
23h35. Gol do Fortaleza.
23h36. Fim do jogo em São Januário. E festa em Salvador pelo 4 a 1 do Bahia.
9h21 da quinta-feira. Escrevo este texto depois ter dormido 53 minutos. Saí da TNT 2h05 da manhã. E fui para as ruas paulistanas celebrar o dodeca palmeirense com a família. O sol raiou enquanto celebrava com o elenco e comissão técnica palmeirense numa festa na Academia. Quando conversei com muitos. Agradeci mais do que parabenizei Abel. Desejei sorte fosse qual seja a decisão dele. Tão desgastado que está. E talvez podendo ainda ficar.
Estou chegando de novo na TNT. Antes faço live no meu canal no YouTube.
E escrevo tudo isso por achar que talvez seja um pesadelo santista.
Não é possível que o clube de Pelé…
Sei lá.
Só sei que nos meus 53 minutos de sono eu acho que vi alguém chorando na arquibancada da Vila.
Parecia o Pelé.
Mas. Não devia ser.
Afinal, isso nada não parece o Santos.
Mauro Beting | @maurobetingoficial