Finalmente, estava marcada a data da estréia da principal contratação do Vasco no ano para a sequência da temporada. Mesmo regularizado no BID ( Boletim Informativo Diário) da CBF, desde a semana anterior à estréia, o francês Dimitri Payet cumpriu suspensão contra o Palmeiras, fato este que o impediu de calçar as chuteiras na partida anterior.
Definida a data da estréia, me planejei com a minha esposa Karla para um final de semana de muito futebol em Salvador, cidade esta que, a título de curiosidade, foi a 1a capital do Brasil.
A partida do Gigante da Colina contra o Esquadrão de Aço estava marcada para o dia 3, um domingo, às 18e30 h.
Como bons amantes de futebol e seus estádios, resolvemos chegar na cidade na 6a feira pela manhã e, dessa forma, conseguirmos assistir na noite do mesmo dia a partida do atual líder da série B, o Vitória da Bahia contra o Mirassol no estádio Manoel Barradas, popularmente conhecido como ” Barradão ” .
Já no outro dia, no sábado ,foi dia de prestigiarmos o jogo do time profissional feminino do Bahia contra o Redenção no estádio Roberto Santos , o famoso ” Pituaçu.
Por eu ser cadeirante, juntamente com a minha esposa , que sempre me auxilia nas nossas ” andanças”, temos uma visão bem diferente de todos aqueles que vão aos estádios de futebol . Procuramos vivenciar como é a experiência de um cadeirante nas partidas:
Checamos se há rampas de acessibilidade, se ao lado do espaço reservado do cadeirante há banco para seu acompanhante, se o direito garantido em lei da gratuidade do ingresso para o deficiente realmente ocorre na prática ou apenas na teoria…
Estávamos bastante animados para a partida de domingo . Além de ser a tão aguardada estréia do francês Payet , que inclusive chegou a jogar pela seleção francesa, era também uma partida de muita relevância para a parte de baixo da tabela . O famoso jogo dos 6 pontos.
Para um cadeirante que saiu do RJ e fez a ponte aérea até Salvador, a ida à Arena Itaipava Fonte Nova foi muito decepcionante . Nem tanto pelo resultado, afinal com o empate de 1 x 1 , ambas equipes pontuaram na tabela.
Mas sim pelo espaço do cadeirante ser muito mal planejado, uma vez que por se localizar no mesmo nível das cadeiras dos torcedores comuns , toda vez que estes se levantam , consequentemente o cadeirante tem a sua visão obstruída, e não assiste aos lances cruciais da partida.
É bem verdade que a lanchonete e os banheiros acessíveis são bem perto, mas quem vai a um estádio de futebol, tem como principal objetivo vivenciar todos os mínimos detalhes da partida in loco.
Na grande maioria dos estádios de futebol que visitamos pelo país e pelo mundo, notamos que muitas vezes esse tipo de problema de falha na acessibilidade poderia ser evitado ou minimizado se durante o processo de construção do espaço acessível, alguém com experiência na área inclusiva fosse consultado.
Deixar registrado que esse problema de obstrução da visão do cadeirante na Arena é recorrente desde a copa de 2014 no Brasil. Em uma célere pesquisa no Google, encontra- se algumas reportagens falando sobre esta falha.
“Incluir é derrubar barreiras , é facilitar a vida de todos os que têm alguma limitação “
ACESSIBILIDADE NOS ESTÁDIOS!
Cláudio Bazoli | @cacadoresdeestadiodefutebol